domingo, agosto 29, 2010

O TREM DE FERRO (A FERROVIA QUE ATRAVESSA...

...MINAS GERAIS se afastou dos simbolismos do aço e em grande distância me levou ao Uruguai, Paraguai, Argentina e Chile. Ou foi à Bolívia, Peru, Equador e Colômbia? Mas pode ter sido a Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname!
Nesta viagem à América do Sul não fui só. Acompanhou-me as memórias e os sonhos dos artistas que tocaram e cantaram músicas e versos nas vivências das paixões, ideologias e sangues.
Os medos me cortaram no momento da expatriação.
Tempos depois, nos inícios dos funerais dos ditadores, a esperança e a coragem retornaram do exílio em anistias amplas, gerais e irrestritas.
As estradas sob o trem de ferro despontaram nas lutas e nas ideias dos abraços nos passos da liberdade ainda que tardia.

No Uruguai túmulos e ecos gritaram por liberdade. No Paraguai a unidade e a igualdade despertaram a ira dos infelizes. Na Argentina dancei as glórias do tango e respirei repressão. No Chile o céu azulado lutou contra a opressão.
Na Bolívia o povo plantou clamores de paz e união. No Peru os olhos se elevaram ao sol. No Equador caminhei ao lado das audácias ibéricas. Na Colômbia mergulhei no Rio Orinoco ao lado das almas invencíveis.
Na Venezuela o povo virtuoso sacudiu o jugo. Na Guiana a mãe dos rios e planícies é a terra dos seis povos. Na Guiana Francesa caminhei ao lado dos batalhões orgulhosos. E no Suriname Deus elevou a terra da vida.
Nos bares da América enfrentei as solidões refazendo-me nos trens dos corações).

LACTAÇÃO (OS VINHOS TOMARAM O CORPO DAS CACHOEIRAS DE...

...MINAS GERAIS quando a mulher que eu desejava disse às pedras que me amava. Minhas mãos se multiplicaram. O corpo da mulher se abriu nas arquiteturas dos gestos. Movimentos nas circunstâncias das uvas.
Os vinhos tomaram os beijos das cachoeiras e em êxtase escrevi na origem da formação da aurora: a mulher se banhava com o leite que se derramava dos seios da noite).

CLEILUC SOARES CASTRO (LEVEI O MEU CORPO ÀS MONTANHAS DE...

...MINAS GERAIS e aos aprendizados das danças.
Quando flutuei de olhos fechados, sons e magias, aportei nas saudades do cais sem cais do coração.
Conduzi forças, suores, tormentas, músicas, rodas, giros, poemas, beijos e a mulher que pelos olhos da raça me ensinou as travessias dos sonhos e a acariciar a volúpia das flores.
O salto foi a fé, dor e alegria nos ensinamentos de Cleiluc).

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