segunda-feira, agosto 30, 2010

BLECAUTE (AS LÂMPADAS ME ILUMINAM NAS...

...PENUMBRAS que me envolvem. A silhueta contorna os desenhos do tempo no corpo. A vida se dispõe aos elásticos dos suspensórios. Os objetivos se chocam com os desastres dos desencontros.
As lâmpadas se apagam sob as escuridões do mundo. Iluminam as metamorfoses dos anjos profanos.
Nas ruas restam bares nos rituais dos foragidos. A espera, quando não se cansa, é inspiração do tédio. Assim nas esquinas das cidades homens se transformam em postes.
As lâmpadas acesas atraem insetos que não sabem voar e se ferem com as luzes.
Os desastres perambulam sobre os postes contorcidos. Os insetos não renunciam aos postes nem às lâmpadas mesmo quando a noite propõe Campari, valsas e beijos de língua no cu das desolações).

TRANSAÇÃO (NÃO ME RECUSO A ENTRAR NOS QUARTOS DAS...

...PENUMBRAS, amantes das noites, quando necessito das rendas existentes nas disponibilidades dos véus.
Ícones religiosos, rachaduras e assepsias são espelhos pintados de roques. Pedras formam os túneis nas paredes. Os quartos se perdem nos labirintos das mantilhas que despem as mulheres nas criatividades das mãos.
As amantes das noites são poesias lésbicas transando sobre meu caralho quando escrevo os versos nas sombras dos cacos dos espelhos).

SEDE ETERNA (AS ÁGUAS INUNDAM AS PERNAS NAUFRAGANDO-ME NAS...

...PENUMBRAS do mar dos abraços. As águas das cores retintas do mundo surgem nos gestos - olha só quem em salva - da minha melhor amiga.
Os nascimentos nos aproximam das noites.
Do outro lado do mundo as mortes nos preenchem de trevas.
As águas das cores nascentes espalham nos abrigos a limpidez dos afetos. As portas molhadas se abrem nas paisagens dos corpos.
As madrugadas fora dos braços da minha melhor amiga me conduzem aos cemitérios das manhãs.
Os abraços me tatuam nas águas.
Os nascimentos se comemoram com lágrimas.
As trevas se vasculham com sorrisos. Olham diabólicas as faces e as foices refletidas nas serenidades do lago).

Nenhum comentário: