quarta-feira, agosto 25, 2010

BRINDOU (NAS GRADES DO DESTERRO QUE ME PRENDERAM SUAVIZEI O...

...EXÍLIO quando as mãos das promessas abriram os portões deixando a noite entrar na cela.
Persisti na batalha da fuga, no retorno ao meu lugar de origem.
As promessas atraíram corpos. As mãos vindas das noites viajaram nos continentes dos prazeres.
Meu banimento se encontrou com o degredo das promessas, das lágrimas, das melancolias.
Expatriado preenchi lacunas com estrelas sem céu. Esvaziei o medo dos olhos das promessas. A semiescuridão fortaleceu as coragens. Os ratos me olharam à espera dos milagres.
As mãos libertaram as promessas e fecharam as grades. Regeram sinfonias para o espírito da noite e cantaram canções de protestos para os algozes.
O exílio bebeu em cálices de eternidade as feições da luz).

SUBSTÂNCIA (A NOITE NÃO PRECISOU SER PROCURADA NO...

...EXÍLIO, nos becos dos delírios, nos adjetivos das linguagens.
A noite aconteceu quando a flor viveu, estado de espírito, nas oferendas.
Contradisse o solo seco e ofereci crisântemos, que não suportam solo seco, à boca da noite.
Na hora do beijo a noite teceu no lençol estrelas da solidão.
A noite renegou a hipocondria porque ao amanhecer as mãos estavam entrelaçadas às mãos de quem não era amante, amiga, namorada, mãe, esposa, confidente, fada ou prostituta.
Era a substância da natureza da liberdade, essência no corpo da beleza).

PERFUME (ABRO A PORTA DA CASA DO...

...EXÍLIO e não sinto os gritos do mundo. Converso sussurros com os outros sussurros que desembocam nos sussurros da vida.
Da ausência dos gritos vem o perfume em raras palavras. Vêm melodias nos acenos dos adeuses.
O silêncio desocupa as paredes e, no meio da sala, penetra-me com a verdadeira imagem da noite.
Fazendo-me livre os sussurros se multiplicam no fantasma do sono.
Das pálpebras nasce a escuridão.
O perfume ainda me cheira no corpo).

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