sexta-feira, junho 18, 2010

UNHAS (OS DEDOS CRESCEM ATRELADOS AOS MOVIMENTOS DAS...


...SOMBRAS. Fico a me perguntar os motivos de tantas solidões nas horas marcadas com a manicure do tempo.
As luzes poderiam se reduzir aos faróis dos carros, aos abajures comprados em um mercado de Pequim. As velas se reduziriam a uma lua cheia abandonada pelos românticos de pés nas estradas despovoadas de almas.
Sinto o frio das línguas atrofiadas nos dedos que raspam as unhas nas gasturas dos tédios.
Antes de o esmalte preencher a cor, a noite se dilata até aos raios solares e flerta com as lágrimas).

INDICAÇÕES (AO CONTRÁRIO DAS SETAS NAS DIREÇÕES DOS ACONTECIMENTOS TENHO...

...SOMBRAS me sorvendo nos muros dos incompreendidos. São as setas dos destinos que indicam os caminhos às horas nas quais os corpos se concentram nas mãos. Idênticos aos carinhos que buscam nos aconchegos dos seios beijos possuintes de incêndios.
Restam-me as sombras nos muros. As setas voam aos corações. Ferem e sintetizam os discursos das paixões, os silêncios das esperas, as balas hot-kiss, os amores soletrando compreensões que eles nem sabem se cicatrizam).

ESTADO DE PESSOA (ESQUINAS DEVORAM SIMPLICIDADES EM BUSCA DE COMPLEXAS...

...SOMBRAS inconclusas nas últimas noites das esperas. Conto as esquinas da cidade, as trajetórias dos círculos. Eu, tu, ele, nós, vós, eles nos pontos dos ônibus noturnos.
Transito em rostos semelhantes ao rosto conhecido de Deus. Impoéticos, os olhos não se desgrudam das córneas iluminadas dos letreiros das publicidades.
Nas últimas noites das esperas entrego os cansaços aos milagres dos repousos. Alimento-me das convicções do meu estado de pessoa. Sonho com colinas verdes).

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