domingo, fevereiro 28, 2010

A MANEIRA DO OLHAR (PARTE DO MUNDO, A DEMORA EDIFICA UMA NOVA ANSIEDADE)

Motivo do sonho desaparece do rosto da habitante da noite. Ignora a minha permanência na mesa do novo bar. Dilue a intensidade do assunto com fuga superficial planejada no mapa do olhar.
O zêlo inexiste no mundo limitado da falta de sonho, na pressa do contador eletrônico de histórias. Figuro o contorno da vida no desejo abstrato do incêndio da morte. Fogo, inocência, paragem, cinzas e perdões consomem a maneira do olhar da metamorfose da noite.
Não resta mais nada na novidade, no espelho, no reflexo, na dor, no sarro na mulher mais próxima da distância. Afasto-me ao beijá-la sem retorno, sem busca, sem encontro. Um beijo gélido, conformado, ortodoxo e cego.

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