domingo, agosto 15, 2010

CAIXA PEQUENININHA DE MADEIRA CLARA (A INSÔNIA SE INICIA NA...


...RAPIDEZ do tempo perseguidor. Estou acordado nas muitas léguas antes de dormir. Observo os ônibus em intervalos disformes, as bancas de jornais em revistas eróticas, as pizzarias em motocicletas de orégano, as broas de fubá em vitrinas das padarias ininterruptas. Penso até em acenar para os táxis na noite em que a insônia resolver fugir da dificuldade que tenho para dormir.
Observo os astros em botecos distantes. Danço com as estrelas a melodia dos ventos das periferias.
Oscilo, sangro, ultrapasso eu zumbi e antes dos acordes do tempo, velocíssimo enxergo o mundo dentro de uma caixa pequenininha feita de madeira clara).

QUEDA MOLHADA (AOS PRECIPÍCIOS MAIS ÁRDUOS DOS ACONTECIMENTOS JUNTO-ME À...

...RAPIDEZ de quem está preparado para conhecer o outro lado do amor: a face sem poesia, a dívida do sonho no futuro. Avanço ao fundo do lago. Perco as flores nas pedras do despenhadeiro.
O amor que se enclausura nos porões mofados da existência conta-me segredos da mulher que passa veloz sob a janela. Os segredos, quando a queda nas pedras é infinita, transformam-me em espumas).

BALANÇA (PASSAM NO MEU PESO OS PEDAÇOS DA...

...RAPIDEZ de tudo aquilo que sempre pousou em mim: o amor em refração na luz do minuto, o balcão do inesperado, a virilha dilatada, a presença dos amigos, personagens de cinema, nos períodos de abstraimentos).

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