segunda-feira, julho 12, 2010

INSUFICIÊNCIAS (NAS PAREDES DA SALA DE...


...CINEMA as sombras são cercadas por cansaços sem pernas. Paralisam a vontade de atravessar os obstáculos dos caminhos das expressões libertárias.
The End.
Ligo a televisão.
Não basta a televisão acompanhar trajetos noturnos e o tempo preencher de fotografias as laudas diagramadas nos desejos.
As notícias chegam pelo álbum das estagnações das borboletas. Assim escrevo as vírgulas das paisagens amontoadas nas insuficiências dos descansos. A programação é um filme desgraçado que coloca legendas nas sombras que se apagam em duvidosas clarificações.
Desligo a televisão.
Prólogo: aguardo o desabamento das paredes da sala de cinema quando as sombras se revigorarem e os cansaços correrem a partir deste momento.
Adormeço guerrilheiro em luta contra o fim, armadilhas das lembranças).

APARELHO (ESCUTAVA AS PORTAS DO...

...CINEMA se fecharem. Germinavam estrondos. No interrogatório o vento era atingido pela fúria do torturador.
Do outro lado das portas fechadas, nos círculos irreversíveis do tempo, meu avô tossia a noite inteira. No outro dia ele se divertia, no almoço familiar, com as aguardentes que sobravam dos velórios.
Fechavam-se as janelas das igrejas. Iluminavam a escuridão com os reflexos dos vitrais.
As mãos se apertavam no rosto, pontas de cigarros acesos na pele, telas das comiserações.
No futuro do outro cômodo trancado o lago não terá condescendências com o torturador).

PODER DE CAMINHAR (PEREGRINO NA NOITE QUANDO A ÚLTIMA SESSÃO DE...

...CINEMA preenche meu peito de consciência. Assim ergo do invisível um tempo de andanças nos castelos de areia.
Abro as asas da madrugada. Multiplico o poder de caminhar. Vôo crucificado na mesa do bar que se fecha nas portas da ressurreição.
Das lutas que tenho no peito trago sorrisos desencabulados que muitas vezes durante as trajetórias se retiram da boca do espírito e vão dar à alma as estradas. Confiam às dores as utopias e os crescimentos das árvores).

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