sexta-feira, maio 14, 2010

RECITAL MELANCÓLICO (COM BAIXA VISIBILIDADE SINTO A PRESENÇA DO DELÍRIO PONTIAGUDO ME ASFIXIAR)


Nas horas deformadas
os passos são lanças
que penetram nas noites
os caminhos diaristas.
Poemas dos nós das gargantas
me encontram nos desvarios,
formas de amuletos vanguardistas.

A poesia que me encanta no traslado das horas aborrece o momento de executá-las nas vestimentas corroídas da voz.
Nasço, vivo e morro na longevidade dos versos. O poeta que um dia acordou barbudo no rosto da acidez renega no crepúsculo vespertino o extermínio da beleza.
A voz se esconde na fundura do lago. Estranha, repele os guerreiros, os madrugadores, os constrangidos, os ouvidos escancarados, as faces das vidraças, os salvamentos construídos com bolhas de ar.

2 comentários:

Pedro Du Bois disse...

Gostei da sua zeladoria. Ampla,aberta, mesmo que sendo lago há quem o mantém: você. Parabéns pelos textos e pela liberdade de leitura que você concede. Pus-me como seguidor. Meu email: pedro_dubois@terra.com.br.
Abraços,
Pedro

Lua em Libra disse...

Rogério,

alguém já disse que é na superfície que se esconde a profundidade. Zele bem pelo seu lago, é bom de estar nele. Também eu tenho meus cânions, meu Rio dos Ameandros, meus mares de perpeturar Alfonsinas e Virgínias. Um abraço. Meu e-mail: cecilia@cassal.com.br