Nas bugigangas das páginas do texto descuido-me ao anotar memórias. Leio considerações inventadas sobre perdões que não se perdoam, porradas definitivas que levam às picas. Caminhamos nos sonhos das destruições que solidificam as dores, as crueldades das distâncias.
Na cama imunda do quarto as lembranças se dilaceram entre incêndios. Nas lamas dos mergulhos deságuam dinheiros, carteiras, relógios, anéis, isqueiros, broches, pulseiras, brincos e canetas que colidem com os esmos do lago.
À noite tenho vontade de vomitar. Uso memórias atravessadas nas gargantas das páginas esquecidas dos textos. Abraçam-se na escuridão os passos do querer as estrelas, a lua, o ir embora. Movimento o tamanho dos meus pés diante da loucura dos sapatos dos espelhos.
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