domingo, abril 25, 2010

FOTÓGRAFO ZUM (HÁ UM CAMINHO NO FOCO DA VONTADE DE CONTINUAR...)


O jantar abandona o leito da mesa. Cumpre a sina de ser símbolo, espelho assentado no passado das fotografias nas paredes da família.
O tempo burlesco das bochechas sujas de guardanapos feitos de lábios, as músicas das esperas, os assuntos a folhearem a semana passada, a garrafa de refrigerante a passar de mão em mão como o cachimbo da paz dos Sioux e dos Apaches na história do livro Winnetou, de Karl May, que li enquanto descobria as 4 estações do ano.
E assim o fotógrafo atinge a cena da foto. Remete-a para um concurso de retratos revelados pela memória, apoiado pelo Ministério da Cultura e com patrocínios de um grande banco e de duas fundações beneficentes.
O fotógrafo é a voz interior. O narrador das viagens ao coração das noites. Procura a solidão nas imagens estampadas no visor do cotidiano.
O jantar se serve de sobremesas e horas quando formam-se no céu os prenúncios dos
relâmpagos nas revelações dos espelhos.

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