segunda-feira, abril 19, 2010

ANTES DAS DANÇAS (A TELEVISÃO REPETE OS PROGRAMAS DAS MADRUGADAS INERTES)


Convivo com as pedras sepulcrais, sombras, instrumentistas de uma orquestra embalsamada.
Construo janelas nas asfixias das paisagens inseridas debaixo da terra. Sinto as noites abrirem as portas porque o coração pulsa nas intensidades das paixões e nos raios das esperas.
Aqueço-me para cantar as músicas, as danças imaginadas no peito das solidões. Sou desafinado, estropiado. Tenho fé nos anjos praticantes de salvamentos.
Vagueiam na sala paredes descoradas. As emissoras de televisão não saem mais fora do ar. Madrugadas obscuras que não se deixam colorir. Preferem as securas das sedes a pedir ajuda para as coreografias das insônias.

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