segunda-feira, março 22, 2010

DO DAR ADEUS (DESEJOS SE ESCONDERAM NAS PALAVRAS COMO ACENOS SEM RETORNOS)

Algumas despedidas bailaram no cinema dos beijos. Em diferentes sessões me fizeram recapitular as passagens dos sons nas paisagens dos amores que desejei inteiros. Deixaram o cinema entregue aos zuns dos tempos mudos, falados, rebeldes, modernos, escritos, avassaladores.
Outras despedidas foram poéticas e tristes. Comemoraram os calores com copos de doce de leite, tabletes de águas minerais.
Várias despedidas não se findaram com os afetos sobreviventes como se fossem essenciais espelhos nos redemoinhos das lembranças.
Umas despedidas colocaram almas partidas nos olhos secos dos desertos. Construíram lagos de reflexões.
Certas despedidas cicatrizaram fotografias e adeuses nos álbuns das comemorações.

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