quarta-feira, fevereiro 10, 2010

COMANDA 004 (A BICICLETA E O SONO DESCANSAM NAS GRADES DAS TARDES)

O bar sente a falta das minhas bisonhices quando os homens e os deuses se embriagam no balcão das bebidas. Procuram a companhia do idílio da solidão com a vitória e os anjos insurgentes que se debandaram dos chicotes eternos.
Faço construções de vidro, sucos de laranja com melão, argolas encantadas no copo da bebida, tatuagens na garganta das uvas da madrugada.
Os homens batucam o samba do futebol, prenunciam o time campeão, rebolam paixões nas canecas de cachaça com limão. Os deuses mudam o destino dos cursos das águas, revoltam nas margens plácidas do lago o lábaro estrelado.
Os milagres e os vaticínios enlouquecem as palavras degoladas das conversas brancas, tintas, suaves e secas. Os copos sujos na pia mostram as manchas das derrotas e as asas do primeiro anjo capturado.

Nenhum comentário: