quarta-feira, agosto 04, 2010

VIDA ALEIJADINHA (O ESPAÇO DOS TEMORES NA VIDA DEFORMADA ENGOLE AS...

...TRAJETÓRIAS devorando pedras e equilíbrios em um banquete barroco. Entalho nas cordas as palavras que me enforcam. De cinzel e martelo amarrados nos punhos mergulho com as esculturas das contradições em busca das imagens do fundo do lago.
Os versos do frontispício do mundo em algum dia ou noite ficaram coxos. Os restos dos retábulos me acompanham ajoelhados no chão enquanto o ar se comprime nos meus lábios e assobio uma canção.
Aos meus lados ficam ornatos, púlpitos, altares, sacristias, chafarizes, marcas da carpintaria do tempo nas madrugadas.
Os ventos esticam as cordas atravessadoras do coração. Procuro a arte nos limites, os sonhos nas fantasias.
Sinto os passos se preencherem com alívios esotéricos).

EUCARISTIA (BEBO O CÁLICE DE VINHO E COMO PÃO DE SEMOLINA QUANDO PASSO AS...

...TRAJETÓRIAS na tinta e no tempo da vida publicada. Escorrem na garganta fios de sangue e trigo a doer na solidão dos gritos.
Nos braços carrego páginas escritas no vinho e no pão, rituais de aproximações, vidas em madrugadas de confluências. Os desnudamentos são sinceros, profundos. Nos olhares goles de febre e a vida me vive amante do cio.
Guardo nas malas de couro exemplares do tempo, nuvens e registros.
Deixo os lábios nas uvas, o trigo e a sêmola nos lábios. Beijo as despedidas sem saudades do tempo. O amor prepara as viagens da vida nos princípios das comunhões.

ESCAVAÇÕES (A VONTADE DE SEGURAR AS...

...TRAJETÓRIAS dos vampiros é encontrar vozes nas convergências entre desejos e mistérios.
Os vampiros percorrem os caminhos dos filmes. As mãos acumulam anseios ao atravessar as rugas das almofadas. Reviro no chão as procuras. As vozes fazem dos medos as esperas e me atiram nos quartos dos pensamentos.
A televisão engole os vampiros. O brilho, contraste e a temperatura da cor atingem a face dos travesseiros como se eu me deitasse com um filme de terror. Aquieto-me sob mistérios quando sinto o gosto dos desejos da fumaça do cigarro.
Nas fronteiras do real com o imaginário me aproximo das vozes com moedas de ouro e um cálice de vinho.
Os fantasmas das minhas múmias acordam. Fixam os dentes dos vampiros no meu pescoço).

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