Levo os passos aos trajetos da voz que repassa o tempo em devaneios retirados da infância.
Atravesso a cidade dos mergulhos. Pasmam-me os patamares, paralelepípedos, prostitutas, peitos das profunduras. Desconstruo itinerários cristalizados nos mapas urbanos das instituições.
Caminho ao lado da adolescência. Revivo os enigmas dos primeiros poemas, as primeiras barbas crescidas, os amores inexistentes nos axiomas finais.
Esculpo efemeridades, enseadas, esfinges, exageros, estranhas vulgaridades cercadas de almas, esquinas, tatuagens nos semblantes da cidade.
Conto análises estéticas, anedotas, casos, lembranças. Silêncios quando busco. Dores quando sonho. Solidões quando falo.
A voz inverte os mergulhos em ampulhetas trincadas que envelhecem com despedidas os momentos mais felizes da vida.







Um comentário:
Lindo Rogério, teus texto sempre me levam para o lugar das lembranças, da memória; hoje mais felizes dos dias que vivi. Viu, voltei para matar nossas saudades. bjs
Postar um comentário