domingo, janeiro 17, 2010

PASSA QUATRO (TRAVESSIA 3)

Quando os olhos, em andores de lágrimas, adquirem tessituras de bulimia as memórias espalham no corpo trevas implacáveis.
Dos cálices de vodka com cereja retiro indulgências. Fulmino a lucidez com raios dos delírios. Destruo os delírios com os lampejos da lucidez.
Somos carregados pelo frio nas ruas da cidade. Abraço a mulher que me acompanha, e ela, a filha, discute com a mãe em cárceres de horrores e dependências. Transitamos nas palescências das bebedeiras.
O rio nos petrifica. Fantasia de cais o poder de nenhum. As fomes atravessadas no rio desejam em correntezas a sede, a gordura e o sangue dos prazeres.
Quando os deleites do diabo defrontam e comem crucifixos, rosários, novenas o corpo determina aos vômitos os contentamentos das liberdades.

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